“Autoestima da Mulher Trans”. Esse é o tema da Mesa de Conversa dentro da campanha “Março, Mais Mulher, Mais Democracia”, que foi realizada na tarde desta sexta-feira, 18, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Leste Linhares. O debate acontece no Grupo “TRANSformAção”, que uma vez por mês se encontra, de forma presencial no equipamento socioassistencial, visando viabilizar acesso da população LGBTQIA+ às políticas públicas e aos serviços oferecidos pela Proteção Social Básica da Secretaria de Assistência Social.

O grupo, conduzido e idealizado pelo psicólogo Bruno Narciso da Silva Pacheco, trabalhou neste encontro a dinâmica relacionada à autoestima das participantes. “Sabemos que a autoestima elevada ajuda a manter a saúde mental em dia e a autoconfiança, gerando na pessoa um empoderamento que vai ajudar na busca pela conquista dos seus objetivos. Fazer com que elas entendam que a pessoa mais importante da vida delas, são elas mesmas. Cultivar o amor próprio e se colocar como protagonistas da própria história.” 

Além disso, o psicólogo aproveita o contato direto com o grupo para reforçar a importância dos cuidados com a saúde, do uso de preservativo, evitando as IST's e dos métodos existentes para prevenir a infecção pelo HIV, promovendo uma vida sexual mais saudável.

A experiência do Grupo “TRANSformAção” é uma iniciativa do Cras Leste Linhares para atender a demanda do grande fluxo de mulheres transexuais e travestis que iam até o equipamento. A equipe se mobilizou para proporcionar um espaço de fala e de debate de temas que fossem propostos pelas próprias usuárias. Assim, criou-se o projeto no Cras Linhares, que visa também incentivar estudos e qualificação profissional e buscar parcerias com empresas para abrir oportunidades de trabalho. Isso vem se mostrando essencial, uma vez que, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 90% da população “T” no Brasil tem a prostituição como fonte de renda. 

Tendo em vista que o Brasil é um dos países com alto índice de morte de pessoas Trans, o Cras Linhares busca traçar estratégias de combate ao preconceito e a violência, impulsionando o protagonismo e empoderamento das participantes.