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JUIZ DE FORA - 9/3/2021 - 09:27
SAS discute violência de gênero em evento virtual no Dia da Mulher
Integrando a programação das comemorações do Dia Internacional da Mulher, a Secretaria de Assistência Social (SAS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) promoveu a “Roda de Conversa Virtual”, na tarde desta segunda-feira, dia 8. Com a apresentação do tema “Violência de Gênero” pelo profissional da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil (DEAM/PC) e especialista em “Gênero e Sexualidade”, Cleber Giliardi, o evento contou com a participação de 28 profissionais de nível superior dos três Centros de Referências Especializado de Assistência Social (CREAS) e representantes da SAS.
Ao apresentar dados nacionais, Giliardi ressaltou que, desde 2013, o Brasil ocupa 5º lugar no ranking mundial mais violento contra a mulher e o 1º contra a população LGBTQI+. Para o policial investigador, a violência de gênero atinge mais as mulheres, mas também as transsexuais femininas e homens com ênfases nos negros. “Todos nós sofremos violência de gênero, homens e mulheres, que incluem as violências física, psicológica, simbólica, material e sexual.”
Constatando que o Brasil mata jovens de 18 a 35 anos e, na maioria homens negros, Giliardi considera esses homicídios como crime de gênero. A questão racial está sempre colocada como pano de fundo desses crimes e, segundo os dados dos organismos nacionais e internacionais, 35% da população de mulheres sofrem ou já sofreram algum tipo de violência, acrescenta o investigador.
Ao falar especificamente do trabalho da Delegacia de Mulheres em Juiz de Fora, Giliardi disse que hoje são registrados cerca de 55 mil/ano boletins de ocorrência com viés na violência contra a mulher. Em comparação ao atendimento do ano anterior, o período da Pandemia da Covid-19 registrou um aumento em torno de 11% (de 49.414 para 59.967 BOs). As denúncias são registradas através do aplicativo MG Mulheres para celular, do FRIDA que é a Delegacia da Mulher virtual e dos telefones 190, 180 e 100.
Violência doméstica (ameaça, vias de fato e via corporal), feminicídio, violências sexual, psicológica e material, cárcere privado, lesões corporais entre outras compõem o universo de casos registrados. De todos os casos registrados na cidade, segundo o especialista em violência de gênero, cerca de 30% são voltados para algum tipo de violência à mulher.
As representantes dos CREAS de Juiz de Fora (Centro 1, Centro 2 e Norte) contribuíram com o debate ao apresentar suas demandas no trabalho dos equipamentos da SAS. De acordo com as técnicas, a princípio os casos registrados de violência contra a mulher não são significativos, mas no decorrer do atendimento ao público feminino ou familiar aumenta os relatos de violência doméstica como pano de fundo dos maus tratos sofridos numa família.
Inaugurada, nesta segunda-feira, 8, em novo endereço, à Av. Garibaldi Campinhos, 169 – Vitorino Braga, a Casa da Mulher também faz parceria com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil e Polícia Militar. A Casa da Mulher oferece atendimentos psicológico, jurídico e apoio e ação dos novos parceiros que contam com o Procon e Guarda Municipal.
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