Quem ainda não conferiu a mostra “Deu Preto na Memória”, organizada pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) através da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), terá uma nova oportunidade. A exposição fotográfica, inaugurada no contexto da programação Novembro Negro do ano passado, vai ocupar a Galeria Alternativa 2, do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), localizado na Avenida Getúlio Vargas 200, Centro, a partir de segunda-feira, 6. A visitação é gratuita e livre para todos os públicos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, até o dia 10 de junho.
Mais de 40 fotos, impressas em tamanhos variados, integram a coletânea. São imagens cedidas pelo público, a partir de um chamamento lançado pela Funalfa no final de 2023. “Solicitamos que as pessoas abrissem seus álbuns, suas latinhas e caixinhas de sapato em busca de imagens de familiares e amigos que, em muitos casos, foram guardadas por gerações”, conta o fotógrafo Fabio Domingos, responsável pela curadoria, ao lado de Selmara Balbino, ambos servidores da Funalfa.
De extrema beleza e relevância histórica e social, a mostra apresenta fotografias de pessoas negras registradas em Juiz de Fora, entre o final da década de 1920 até os anos 1970. São 60 anos de história em imagens que evidenciam pessoas pretas em momentos de celebração, em seus convívios sociais e em seus ofícios. “Nossa proposta foi resgatar essa memória, já que os negros historicamente sofreram apagamentos deliberados, que se desdobram em esquecimentos. No entanto, a herança histórica negra de Juiz de Fora sobrevive, apesar dos inúmeros obstáculos institucionalmente impostos ao longo de nossa história”, afirma Fabio.
Após a estreia com enorme sucesso de público, no Espaço Cidade, a mostra ocupou o saguão e a Galeria Ruth de Souza do Teatro Paschoal Carlos Magno. “A proposta de itinerância por diversos equipamentos tem o objetivo de ampliar o alcance do projeto. Queremos que mais pessoas possam acessar essas memórias de pessoas negras vivendo sua rotina social, inclusive porque esse segmento é sempre lembrado por imagens da escravidão e sofrimento.”
A exposição “Deu Preto na Memória” foi viabilizada com patrocínio do Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural (Fumpac).
Foto: Renato Costa