NOTÍCIAS: MUSEU MARIANO PROCÓPIO
JUIZ DE FORA - 28/4/2017 - 16:32
Jabuticabeiras do Museu fazem parte da memória afetiva do juiz-forano
Entre as histórias mais comuns sobre o Museu Mariano Procópio destaca-se o contato dos visitantes com as jabuticabeiras localizadas no bosque que compõe o jardim histórico. Muitos juiz-foranos já saborearam esses frutos, sobretudo na infância, e, por isso, eles estão na memória afetiva de todos que por ali passaram.
Em outras épocas, a colheita do fruto era uma atividade de lazer comum entre as famílias que frequentavam o Museu. Há relatos sobre a instituição que mencionam o aluguel das árvores. As pessoas se reuniam, traziam cestas, comiam os frutos e aproveitavam a sobra das jabuticabeiras.
A escritora Rachel Jardim menciona em seu livro “Os Anos 40” suas lembranças, quando jovem, sobre o Museu e outras partes da cidade. Rachel é conhecida pela rica descrição de ambientes e cenários em suas narrativas. Ela nasceu em Juiz de Fora, em 1926, onde viveu parte de sua vida,mas nunca deixou de visitar a cidade. No livro, ela relata: “O parque era imenso, repleto de jabuticabeiras. Sempre me disseram que em épocas antigas, no tempo adequado, as famílias se muniam de mil apetrechos e iam para lá, colher jabuticabas. Os pés eram alugados – passavam o dia ali comendo e ainda levavam cestas para casa. (Aquela coisinha caída do céu para os judeus, não me lembro o nome, seria jabuticaba?)”.
O projeto paisagístico do Museu é atribuído ao engenheiro e paisagista francês Auguste François Marie Glaziou (1828-1906),que veio ao Brasil para planejar os jardins da Família Imperial, as praças públicas e as propriedades de toda a elite do Império. Além das intervenções do paisagista, Mariano Procópio participou do projeto. Em visita à propriedade, ainda residência oficial da família de Mariano, o Imperador Dom Pedro II plantou uma árvore próxima ao arco que hoje compõe a Villa Ferreira Lage. A “Jasmim do Imperador” foi plantada em 1861, e pode ser contemplada pelos visitantes do Museu. A espécie é típica dos jardins históricos do século XIX.
Os prédios históricos passam por obras de restauro, contudo, o público tem acesso, desde agosto de 2016, à Galeria “Maria Amália”, o que permite a visualização de 234 esculturas selecionadas do acervo, com a exposição “Esplendor das Formas”. A entrada é gratuita e a galeria pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10 às 17 horas.
No início de abril foi liberado novo acesso ao parque e à galeria, pelo portão da Rua Dom Pedro II. A iniciativa retoma o contato do público com parte representativa do bosque. O trajeto conta com várias árvores, em destaque algumas jabuticabeiras, e para o deleite de seus apreciadores, é possível comer os frutos, desde que no alcance das mãos, não sendo permitido subir nos pés e adentrar áreas restritas. A floração e frutificação variam conforme a região, em geral, entre janeiro-abril e agosto-setembro.
* Informações com a assessoria da Fundação Museu Mariano Procópio pelo telefone 3690-2004.
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