NOTÍCIAS: SAA
JUIZ DE FORA - 23/10/2014 - 19:39
Feirinha do Parque Halfeld é aprovada por produtores e faz sucesso entre os consumidores
O ambiente é colorido e a luz da manhã ajuda muito. Bem cedinho, começam os preparativos para a Feira da Agroindústria Familiar, que funciona no Parque Halfeld há 33 anos. As senhorinhas, com seus carrinhos, já passeiam por lá, e os homens e mulheres, apressados pela hora do trabalho, param, seduzidos pelos produtos sempre frescos, com sabor de infância, de casa de vó, de Minas Gerais.
A feira é fruto da parceria da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA), da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e da Associação Regional de Produtores Rurais e Feirantes da Agroindústria Familiar de Alimentos (Agrofar). Todas as quintas-feiras, desde as primeiras horas da manhã, produtores da Agrofar estão no local, oferecendo aos consumidores os melhores produtos naturais e artesanais, como hortaliças, verduras, frutas, doces, quitandas, mel, licor, café, feijão, queijo e leite. A proposta da feira, segundo o titular da SAA, Edson Fontes, é “cumprir um papel social e econômico. Ela apoia Juiz de Fora e outros 14 municípios da região, que agregam valores ao seu produto através da agroindústria artesanal, destacando-se pela qualidade. E ainda mantém os produtores organizados, através da associação, e mostra a força do associativismo. Além disso, senão o único, é o principal canal de escoamento da produção gerando renda para as famílias, garantindo não só o sustento, mas o acesso a bens e aumentando o poder de consumo”.
A feirante Maria Aparecida Moreira vende quitandas e é prova desse progresso. Trabalhando na feira há 30 anos, ela e a família já obtiveram muitas conquistas, e agora se preparam para realizar o grande sonho: a casa própria: “Eu não tinha luz elétrica e morava na casa do meu patrão. Agora, com a ajuda da Prefeitura e do meu esforço, vendendo na feirinha, vou mudar para a minha casa, em dezembro”.
Novo modelo
Há três meses, o modelo da feira foi reformulado e agora funciona no centro do parque, com barracas uniformizadas, todas juntas, formando um quadrado. Segundo a vice-presidente da Agrofar, Talita Nogueira, produtora de mel e pimenta, o modelo gerou muitas melhorias: “Para, nós o importante foi a segurança. Ficar juntos é melhor. A nova iluminação do parque também foi muito boa. A gente chega de madrugada e parece dia”. Ela relatou que, antigamente, os feirantes chegavam e se deparavam com moradores de rua dormindo nas barracas, uso de drogas e atentado ao pudor.
Dalíria da Silva, produtora de doces e compotas, sentiu a melhoria refletir nas vendas: “Agora as pessoas demoram menos tempo para conseguir ver tudo e conseguem visitar todas as barracas. As vendas melhoraram cem por cento, e a aparência ficou melhor”.
Público fiel
Comum a todos os feirantes é o reconhecimento de seu público fiel. A feirante Vera de Oliveira produz hortaliças, queijo e leite de cabra, com inspeção municipal. Os produtos, exclusivos e difíceis de achar no mercado, já fidelizam o público naturalmente: “Agora, vendendo o leite e o queijo de cabra aqui na feirinha, fica mais fácil para o consumidor. Tem várias mães de crianças com alergia ou intolerância a leite de vaca que compram comigo toda semana”.
“Dona” Maria Xavier, do Bairro Jóquei Clube 3, zona norte, também é fiel à feirinha. Ela vai toda quinta-feira ao Centro da cidade só para comprar os produtos frescos. Nesta quinta-feira, 23, a sacola dela tinha verduras e legumes: “Aqui é tudo fresquinho, cultivado na roça com esterco, sem veneno. Tudo é melhor e tem muito mais sabor”.
A empresária e esteticista Ana Carolina Rocha adquiriu dos pais o hábito de ir à feirinha toda quinta. Agora, ela serve seus clientes na clínica com os produtos que compra lá: “Eu já comprava, porque é tudo fresco, tem gostinho de casa. E na clínica, as clientes já chegam perguntando pelo biscoitinho. Não pode faltar. Eu já deixo a mesa com o cafezinho montada, porque elas pedem”.
Moradora no Centro, Elizabeth Almeida compra produtos da feira toda semana. Seus preferidos são os doces de ambrosia. E uma curiosidade: ela já tem até a sua própria coleção de potes de doces: “Eu levo os que têm a tampa vermelha, porque combinam com a minha cozinha”.
Novos negócios
O presidente da Agrofar, Wander do Nascimento, vende hortaliças. E agora vislumbrou uma nova oportunidade de negócio. Ele está começando a elaborar um formato de excursões na propriedade, e explorar o turismo rural: “Estamos planejando, para começar a levar os clientes na propriedade, para ver como é cultivado o produto natural. Muitos já estão procurando e se mostrando interessados”. Ele e o filho, Gustavo, ainda estão resolvendo como será a logística da visita.
Hortaliças não convencionais
Wander também vende as chamadas hortaliças não-convencionais, como a sálvia ou peixinho. Segundo a receita dele, pode-se empanar a folha, fritar e servir como lambari: “Fica igualzinho”. De acordo com o extensionista da Emater-MG, Cândido Antônio, o cultivo dessas hortas foi incentivado por um programa da SAA com a instituição, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Epamig em 2009, com um banco de mudas e sementes. Hoje, elas voltaram às barracas dos feirantes como produtos finais: “É o resgate das hortaliças antigas, como o peixinho, o cariru, a azedinha e a serralha. Segundo pesquisas, elas têm um alto valor nutritivo, principalmente em minerais”.
As melhorias continuam
A mesma verba, vinda da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que permitiu que os feirantes adquirissem as novas barracas, contemplará também a nova identidade visual da feira. Nesta quinta-feira foi aprovado o projeto que incluem novos cartazes, folders, avental, sacolas, cartões de visita e selo com a marca Agrofar.
O feirante Pedro Antunes, que vende feijão, café, licor, açúcar mascavo e mel, ficou entusiasmado com as novidades: “Ficou muito detalhado, objetivo. Valoriza e informa o nosso cliente. Vai ser excelente e fazer a diferença no produto”.
*Informações com a Assessoria de Comunicação da SAA pelo telefone 2104-7003.
IMPRIMIR