Ministério da Saúde escolhe Juiz de Fora como polo capacitador na área de saúde mental
Juiz de Fora foi escolhida pelo Ministério da Saúde (MS) para se tornar polo capacitador na área de saúde mental. A decisão foi comunicada ao prefeito Bruno Siqueira, na manhã desta sexta-feira, 27, pelo coordenador Nacional de Saúde Mental do MS, Roberto Tykanori, durante visita a uma das residências terapêuticas da cidade, instalada no Bairro São Geraldo, zona sul.
“A proposta é fazer com que a cidade receba profissionais de saúde mental de várias partes do país, para que possam receber aqui novos conhecimentos em todas as esferas, passando pelo âmbito da articulação institucional até os cuidados clínicos. Esse tem sido o mecanismo de trabalho que consegue promover a transformação da saúde mental,” afirmou Tykanori.
A presença do coordenador nacional na cidade oficializou o apoio e o aval do Governo federal ao processo de desinstitucionalização da saúde mental que vem sendo realizado desde o início de 2013, pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio da Secretaria de Saúde, visando proporcionar mais dignidade e atenção aos portadores de sofrimento mental que residem no município.
A notícia chegou às vésperas da data que lembra os dois anos do fechamento da Clínica São Domingos, com a intervenção administrativa realizada pela PJF, em 1º de março de 2013. Este registro histórico consistiu na tomada da administração das clínicas pelo poder público municipal, depois de um longo período de descaso na assistência prestada pelas unidades.
Desde então, articulações foram feitas com o Governo federal, garantindo repasse financeiro e aporte técnico da Coordenação Nacional de Saúde Mental. A cidade conseguiu trazer de fora a segurança de apoio especializado, financeiro e político, para que a administração municipal tivesse condições de promover um momento histórico na questão da saúde mental no país, que vem oferecendo bons exemplos, com a criação de redes de assistência substitutiva a esta parcela da população.
A definição de tornar Juiz de Fora um polo formador de profissionais, segundo Tykanori, é consequência do grande salto que a administração municipal deu, promovendo a garantia de direito à cidadania e à humanização do atendimento a estes usuários do sistema de saúde. Prova disso foi o fechamento, em 10 de fevereiro, do último hospital psiquiátrico da cidade,a Casa de Saúde Esperança, na Vila Ideal.
“A construção de uma sociedade digna passa muito pela questão de como esta sociedade cuida de sua população mais vulnerável. Juiz de Fora é referência para o Brasil porque, através de seus entes institucionais, como Prefeitura e Ministério Público, conseguiu articular, de forma exitosa, todo este processo. E toda esta transformação, ocorrida num período curto de dois anos, aconteceu de forma eficiente e sem desassistência a esta parcela da população,” explicou Tykanori.
De acordo com o prefeito Bruno Siqueira, os esforços centrados pela administração neste trabalho de desinstitucionalização é um compromisso com a população de Juiz de Fora: “Precisávamos garantir o resgate da dignidade e o fim do sofrimento destas pessoas, que ficavam à margem da sociedade. Hoje, como se pode ver aqui, nesta residência terapêutica, eles saíram da situação de descaso e convivem em sociedade, recuperando anos perdidos no esquecimento. Hoje, conseguem visualizar novas oportunidades de independência e socialização”.
O secretário de Saúde, José Laerte Barbosa, ressaltou que o trabalho de atendimento em Juiz de Fora se destaca porque consegue oferecer uma rede substitutiva completa, com centros de Atenção Psicossocial (Caps), apoio de hospitais clínicos e o suporte das residências terapêuticas: “Antes desta administração, a cidade contava com cerca de três a quatro unidades. Hoje, estamos com 22, e temos a liberação de outras 16 residências terapêuticas pelo Ministério da Saúde, que acontecerá de forma gradativa, completando a rede de atendimento à portadores de transtornos mentais na cidade”.
* Mais informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde pelo 3690-7389 / 7123.
