“Organização da Rede de Atendimento à População em Situação de Rua em Juiz de Fora”. Esse é o tema do curso de capacitação promovido pela Secretaria de Assistência Social (SAS) até a próxima sexta-feira, 29. Cerca de 50 funcionários e profissionais do Centro Pop, Fundação Maria Mãe e do Serviço de Abordagem Social participam da iniciativa de reordenar os serviços dentro da dinâmica do Sistema Único de Assistência Social (Suas), como política pública de Estado e direito de todos os cidadãos.
A partir de entrevistas e visitas aos serviços da Prefeitura na atual gestão, o consultor, pesquisador e doutor em Serviço Social e Política Social, Luciano Márcio Freitas de Oliveira, elaborou um diagnóstico e, agora, inicia um processo construtivo com as equipes de profissionais visando organizar os serviços de atendimento à população em situação de rua e o fluxo entre eles dentro da perspectiva do Suas. Este é o modelo de gestão utilizado no Brasil para operacionalizar as ações de Assistência Social, que é um dos três pilares básicos da Seguridade Social no Brasil, juntamente com a Saúde (SUS) e a Previdência Social, consagrados na Constituição Federal de 1988.
Para a secretária da SAS, Malu Salim, é um desafio reordenar os serviços que atendem a população de rua tendo como pressuposto os princípios e diretrizes do Suas. “Ao tratarmos de pessoas em situação de rua há a construção de todo um arcabouço de conceitos pejorativos e equivocados. Isso ocorre porque o tema é cercado de preconceitos. Com o resultado deste processo de reordenamento dos serviços acreditamos poder qualificar o acompanhamento à população em situação de rua e criar condições para que os segmentos sociais – que vivem e sobrevivem no espaço social da rua – adquiram referências na sociedade, enquanto sujeitos de direitos e superem essa violação de direito.”
Salim ressalta, ainda, que o reordenamento do serviço tem uma etapa de capacitação dos trabalhadores do Suas envolvidos com a população de rua, esperando que destes encontros surjam as trocas de experiência, a interação entre as equipes e a capacidade de responder satisfatoriamente às necessidades e demandas dos indivíduos e coletividades. “O compromisso com a prestação de serviços de qualidade e o desenvolvimento da autonomia e protagonismo das pessoas em situação de rua visam contribuir para a efetivação dos direitos dos usuários da assistência social”, acrescenta a secretária.