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JUIZ DE FORA - 19/11/2021 - 10:52
Equipamentos da SAS debatem consciência negra
Na semana da consciência negra, equipamentos socioassistenciais da Secretaria de Assistência Social (SAS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) abriram espaço para as comemorações em todo o território nacional do Dia da Consciência Negra, neste sábado, 20 de novembro. A data foi escolhida por ter sido o dia da morte do líder negro Zumbi, que lutou contra a escravidão no Nordeste, de acordo com a Lei 12.519/2011.
O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, o Centro Pop, e a Casa de Passagem para Mulheres (CPM) promoveram, durante essa semana, atividades voltadas para a conscientização e reflexão sobre a Abolição (1888) e o regime de escravidão que, em três séculos, registrou mais de 4 milhões de seres humanos arrancados do continente africano e impostos à condição de escravizados.
Na CPM, a programação se encerra nesta sexta-feira, 19, dia com uma palestra sobre a Intervenção Artística, após ações em torno do tema que envolveram arte, pintura e roda de conversa sobre “História da Trança e Atividade com Trancista”. Segundo a coordenadora Sandra Souza da Silva, uma das principais ferramentas contra a discriminação racial é a informação. “O objetivo das atividades foi conscientizar sobre a possibilidade de que a luta contra o racismo possa ser de todos, por uma sociedade antirracista, com igualdade social, oportunizar o conhecimento da História, pensar criticamente sobre o racismo buscando desconstruir estigmas e trabalhar a autoestima.”
Já o Centro Pop, no dia 17, realizou uma Roda de conversa sobre o tema "20 de novembro pra que(m)?”, com o pesquisador nas áreas de movimento sociais e planejamento urbano, Albert Souza, mestre em geografia pela UFJF, professor de Geografia da Secretaria de Estado de Educação/MG e da rede privada de Juiz de Fora.
O pesquisador abordou o simbolismo da data, da escravidão como raiz das desigualdades e dos processos de resistência ao longo da história e, por fim, do papel das políticas públicas na promoção dos direitos. Além disso, Souza fez uma reflexão sobre a realidade juiz-forana em torno da consciência negra.
Com a finalidade de fazer os usuários do equipamento socioassistencial repensarem o vocabulário, foi montada uma pequena exposição com expressões que ainda são utilizadas, mas que apresentam um viés racista. A data, que já evoca atenção sobre a estrutura social brasileira, é, também, um dia de luta contra a desigualdade que se manifesta até hoje.
Segundo a supervisora Maria do Socorro, a proposta desenvolvida permitiu que fosse compartilhado com os 15 usuários presentes esse tema que é tão importante na sociedade, sobretudo, dentro do Centro Pop. “O objetivo foi incitar a reflexão sobre o contexto histórico, as políticas públicas para população negra (cotas no sentido de reparação) e o cenário atual da população negra na sociedade (desenvolvimento, empoderamento e afirmação).”
A Casa de Passagem para Mulheres funciona à rua Oswaldo Cruz, 85 – Centro. O Centro Pop fica na Av. Brasil, 265 - Costa Carvalho.
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