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JUIZ DE FORA - 14/5/2021 - 14:30
Rede parceira da SAS e Instituto Federal reforçam estudos de crianças e adolescentes
A articulação entre ensino, pesquisa e demandas da comunidade juiz-forana tem seu lugar no trabalho conjunto entre o Instituto Federal Sudeste MG (IF), campus Juiz de Fora, e a rede parceira da Secretaria de Assistência Social (SAS). A base de ação é o Projeto de Extensão “Reforço Escolar para as Crianças do Lar de Laura” do IF, que está em andamento na Casa de Acolhimento Institucional Lar de Laura (atende a faixa etária de 0 a 17 anos, 11 meses e 29 dias), no bairro Linhares, sob a coordenação da Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac).
O projeto é uma iniciativa para superar os desafios enfrentados pela educação durante a pandemia e contribuir com o processo de aprendizado das crianças atendidas. Semanalmente, o monitor do IF Sudeste MG interage virtualmente com criança, propondo jogos e atividades com conteúdos que reforçam e estimulam a capacidade do acolhido de aprender com satisfação e de forma lúdica em todas as áreas de aprendizado.
Atualmente, das 16 crianças na instituição, sete são assistidas pelo reforço escolar, cujas aulas ocorrem de quarta-feira a sexta feira. O atendimento é individual e, de acordo com as dificuldades de cada aluno, que é acompanhado em suas tarefas por um professor, um pedagogo e um estudante do IF. O Lar de Laura, também, faz o seu acompanhamento por intermédio de uma pedagoga, explica o coordenador e guardião da instituição, Sebastião Nicolas Ventura Filho, que aprova a parceria com o IF e acredita nos resultados positivos do trabalho com as crianças.
As aulas de reforço escolar de forma virtual via computador, especialmente instalado para esse fim, têm uma dinâmica de ensino peculiar. A criança conta com a atuação de uma equipe do IF multidisciplinar de professores dos departamentos de Educação e Tecnologia e de Educação e Ciências, além de pedagogas e estudantes dos cursos de Engenharia Mecatrônica e de Licenciatura em Física, coordenados pelos professores Francisco Augusto Lima Manfrini e Adriana Scheffer Quintela Ferreira. Além dos servidores federais, o IF cedeu dois computadores para o Projeto de Extensão no Lar de Laura, acompanhado de suporte técnico.
Segundo os coordenadores do projeto, a extensão possibilita o desenvolvimento de uma infinidade de projetos interessantes, sendo possível ampliar o atendimento da comunidade e propor soluções para os desafios enfrentados. Manfrini destaca a complexidade do trabalho com o Lar de Laura, que faz um acolhimento institucional para crianças vítimas de violência doméstica ou negligência. “É um serviço considerado de alta complexidade, o que foi necessário um longo processo para elaboração e análise de toda a documentação envolvida, além do treinamento da equipe para interação”, ressalta o professor, acrescentando a importância de se utilizar uma metodologia de ensino positiva para envolver o aluno com olhar para o futuro.
Manfrini explica, ainda, que a equipe do projeto considera a interação com as crianças do Lar de Laura muito satisfatória, o que já mobiliza os responsáveis para a ampliação do projeto para as outras casas de acolhimento institucional da Amac. O trabalho de excelência feito pela Amac junto às casas de acolhimento é destacado pela coordenação do IF.
Para a gerente de Serviços de Alta Complexidade da Amac, Thatyane de Oliveira Coelho Mechler, o projeto contribui muito nesses tempos de pandemia para driblar a falta das aulas presenciais e a assimilação de conteúdos da base curricular de ensino. “Mesmo com o retorno das aulas presenciais, acreditamos que o projeto continuará contribuindo para o aprendizado e estímulo às crianças e adolescentes acolhidos através de atividades divertidas e instigantes”.
Para Mechler, as crianças acolhidas pelo Lar de Laura aceitaram muito bem o projeto de reforço escolar. Diante do sucesso desta ação, a Amac vai estender o projeto para as outras duas casas de acolhimento institucional, que atendem adolescentes, na faixa etária 0 a 17 anos, 11 meses e 29 dias: Estância Juvenil e Vivendas do Futuro - Centro.
Cabe ressaltar que acolhimento institucional ocorre em decorrência de violação de direitos de crianças e adolescentes, em caráter provisório e excepcional, determinados pelo poder judiciário. Durante o abrigamento é garantido e incentivado o desenvolvimento social, escolar, psíquico, esportivo e cultural, bem como o acesso a cuidados com a saúde. Todo o trabalho executado pela equipe da Amac, com supervisão da SAS, visa o fortalecimento de vínculos com a família de origem ou família extensa (avós, tios etc).
Segundo a gerente do Departamento de Proteção Especial da SAS, Maria Cláudia Siqueira Dutra, a Amac é uma das entidades da Rede Parceira com a secretaria da Prefeitura de Juiz de Fora, contratada via termo de colaboração, que executa um serviço de extrema importância no atendimento às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. “O projeto de reforço escolar é muito dinâmico e parte da área de interesse do próprio acolhido, representando um avanço na qualidade do atendimento das crianças e adolescentes acolhidos. A partir de atividades lúdicas, o intuito é estimular a aprendizagem com atividades individualizadas e muito bem aceitas pelo público-alvo”.
Foto: Arquivo/PJF
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