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JUIZ DE FORA - 6/12/2018 - 15:25
A periferia sob novo olhar: especialista apresenta em JF projeto de sucesso na Favela da Maré
Expor a fotografia como ferramenta de discurso para a periferia, a partir da experiência da “Escola de Fotógrafos Populares”, realizada no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Esse é o objetivo que traz a Juiz de Fora o jornalista e cientista social Dante Gastaldoni, professor da UFRJ. A convite do coletivo “JF Fotográfico”, ele ministra a oficina “Fotografia, Periferia e Memória”, de 8 a 11 de dezembro, na Escola Municipal Santa Cândida (Rua Jorge Raimundo 531 – Santa Cândida). A atividade é parte da programação do “Festival de Fotografia de Juiz de Fora”, que tem apoio da PJF/Funalfa e da UFJF/Pró-reitoria de Cultura.
Os interessados em participar da oficina podem se inscrever em dois pontos: Setor de Expediente da Funalfa (Avenida Rio Branco 2.234 – Parque Halfeld – Centro), das 9 às 17 horas, e secretaria da Escola Municipal Santa Cândida, das 9 às 16 horas. A participação é gratuita para jovens moradores das periferias, mediante comprovação de endereço. Os demais interessados pagam taxa no valor de R$ 20. Serão emitidos certificados de participação.
“Talvez essa tenha sido a experiência mais gratificante da minha vida”, resume Dante, sobre o projeto realizado na Maré, no qual atuou como coordenador acadêmico. “Foi uma oportunidade de contar a comunidade de dentro para fora, escapando da retórica da mídia tradicional, e ter uma visão manifesta através da fotografia. Nem nos meus sonhos mais otimistas, imaginava que teria uma repercussão tão intensa”. A essência da “Escola de Fotógrafos Populares”, com exibição dos materiais produzidos e relatos sobre as transformações sociais promovidas, será o mote da oficina de Dante em Juiz de Fora. Ele explica que não é necessário ter câmera ou saber fotografar, a proposta é levar o público a uma viagem, permitir que os jovens entendam a fotografia como linguagem, estabelecendo uma nova civilização da imagem.
Durante a oficina, haverá projeção de imagens e exposição de livros, para apresentar materiais produzidos na periferia do Rio de Janeiro, que alcançaram repercussão em todo o Brasil e fora dele. A proposta é mostrar a possibilidade de contestar a versão da imprensa tradicional, que veicula a ideia de que as periferias, ao invés de serem potências, são locais de perigo. “Vou contar uma história que eu vivi; eu sei que é possível, eu vi essa garotada crescer”, defende.
Após o projeto no complexo da Maré, o jornalista recebeu convite da Fundação Nacional de Artes (Funarte) para contar a história do projeto em uma oficina. “Fui contando em várias cidades, em vários estados do Brasil. Apresentando a memória da cidade vista a partir de suas áreas de exclusão. No JF Foto 2017, tive a bênção de conhecer Adenilde Petrina (líder comunitária). Foi amor a primeira vista! Visitei o Santa Cândida e quis contar essa história para os garotos dela”.
Dante Gastaldoni, 68 anos, é jornalista e cientista social, formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Tem mestrado em Fotografia no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Imagem da UFF. Foi repórter, redator e editor do Jornal do Brasil (1974-1983) e diretor da Editora Gama Filho (1984-2011); como professor, atuou na UFF (1980/2016) e, desde 1983, leciona na UFRJ. Em 2006, assumiu a coordenação acadêmica da Escola de Fotógrafos Populares, na favela da Maré, Rio de Janeiro, cuja produção ganhou visibilidade em inúmeras publicações e exposições de fotografia no Brasil e no exterior.
Foto: Fábio Caffé
* Informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa – 3690-7044
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