O Fórum violência contra a mulher: múltiplos olhares, desafios de perspectivas, que acontece na próxima quarta-feira, 22, vai apresentar aspectos do 1º Boletim de Vigilância das Violências, produzido em parceria pelas Secretarias de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc) e de Saúde (SS), por meio do trabalho do Observatório de Violência e Criminalidade. O estudo trata os dados gerais da ficha de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) dos serviços municipais de saúde, com foco na violência contra a mulher entre os anos de 2017 e 2021 e pode ser conferido no link.
Esse é apenas um dos trabalhos que serão expostos ao público durante o Fórum, que acontece a partir das 8h30, no Teatro Paschoal Carlos Magno, à Rua Gilberto Alencar, nº 1, Centro. Múltiplos olhares enfocarão a discussão sobre a rede de atenção à vítima de violência sob os prismas da saúde, da segurança, da assistência social e dos direitos humanos. Os interessados devem preencher o formulário. As vagas são limitadas.
O Boletim de Vigilância das Violências foi apresentado essa semana em reunião do Núcleo Intersetorial de Prevenção da Violência e Promoção da Paz. Sua elaboração atende às exigências legais que instituem o Núcleo e visam ao acompanhamento destes temas, a fim de fornecer instrumentos para prevenção e enfrentamento das violências.
A análise faz abordagem das violências ocorridas nos últimos cinco anos com pessoas residentes em Juiz de Fora, registradas no Sinan. De modo que os números se limitam a este universo, não representando a totalidade dos casos ocorridos na cidade. “Apesar de os dados aqui apresentados não serem representativos do conjunto dos casos de violência contra as mulheres ocorridos no município de Juiz de Fora, considerando que outras fontes precisariam ser consultadas, as notificações em destaque representam a violência contra mulher captada pela Ficha de Notificação do Sinan, ou seja, representam um recorte significativo da violência contra as mulheres em Juiz de Fora e colaboram para a compreensão desse fenômeno que é amplo e complexo”, ponderou a assessora da Sesuc e coordenadora do estudo, Janaina Sara Lawall. A análise foi possibilitada por meio de parceria entre as Secretarias de Saúde (SS) e de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc) e conduzida e processada pelo Observatório de Violência e Criminalidade.
Em um volume de 13 páginas, o Boletim avalia nos dados gerais coletados, o perfil da pessoa atendida, do possível autor da violência, vínculo do provável agressor, tipos de violência, meios utilizados na agressão, locais de ocorrência e a dimensão das violências física e sexual nas notificações de violência contra as mulheres em Juiz de Fora. Neste último ponto é feito detalhamento dos tipos de violência sexual, sob análise das faixas etárias atingidas, vínculo ou grau de parentesco do provável autor de violência sexual e estupro com a vítima, evolução ano a ano, bem como o encaminhamento e procedimentos adotados nos casos de violência sexual.
De acordo com o levantamento, as informações apresentadas nesta primeira edição do Boletim, demonstram que o problema da violência contra as mulheres reforça a persistência da dominação masculina em nossa sociedade e o caráter crônico da violência contra as mulheres, sendo ainda mais grave entre crianças e adolescentes, no que se refere à violência sexual. A produção aponta para a natureza multidimensional do fenômeno da violência contra as mulheres, indicando a necessidade de uma rede de atendimento composta por profissionais capacitados, sensíveis ao tema e dispostos a atuar coordenadanmente, articulando atores de diferentes setores da saúde, assistência social, segurança pública, educação, entre outros em prol da garantia e da promoção dos direitos.
O resultado final do boletim será apresentado pela gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, da Secretaria de Saúde, Louise Cândido Souza, no Fórum que ocorrerá no dia 22 de março.