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JUIZ DE FORA - 30/11/2015 - 14:55
Projeto da creche de São Pedro resulta em evento de valorização da cultura negra e em exposição de fotos na SE
A beleza da raça negra, a valorização da cultura africana e o combate à discriminação foram os temas que resultaram na belíssima exposição de fotos “Um Sorriso Negro”, aberta na sexta-feira, 27, no Centro de Formação do Professor (CFP), pela Creche Municipal “Leila de Mello Fávero”, do Bairro São Pedro. A mostra está inserida na programação do projeto “Galeria Escola”, da Secretaria de Educação (SE), e marca o encerramento das atividades em comemoração ao Mês da Consciência Negra.
Antes da abertura da exposição, os convidados acompanharam a exibição de um vídeo no qual foram registrados todos os trabalhos realizados pelas educadoras da unidade que envolviam a temática. Em seguida, os presentes foram brindados com a apresentação do Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva. O grupo, tradicional em Juiz de Fora na divulgação da dança e da música africana, tem 51 anos de existência e apresentou um repertório especial para a tarde.
A subsecretária de Articulação das Políticas Educacionais, Andréa Borges, parabenizou a iniciativa. “Trazer esse diálogo do atual com os ancestrais, com a presença do Batuque na creche, possibilita que as crianças aprendam a respeitar e a valorizar a diferença cultural. Nenhuma criança nasce racista, ela aprende a ter preconceito através do convívio com pessoas racistas. Esse trabalho desperta um olhar mais sensível à educação das crianças. Parabéns a todos que se empenharam para a realização desse evento”.
“Esse projeto é pioneiro nas creches e desenvolvido com muito carinho e competência pelos professores que o pensaram e elaboraram nas reuniões pedagógicas, com ideias muito inovadoras, resultando nesta exposição”, relata a coordenadora da creche, Núbia Schubert. Para a professora Fabiana Aparecida Gomes, idealizadora do projeto, “as estrelas desse trabalho são as nossas crianças”.
A auxiliar de serviços gerais da escola, Andréa de Paiva Reis, mãe da criança Alícia de Paiva, disse que o comportamento da filha mudou após a valorização da cultura afro-descendente. “Eu trabalho na escola há dez anos e agradeço às professoras por desenvolverem esse projeto. É a primeira vez que vejo uma atividade que envolveu tanto a valorização da raça negra. Eu sou branca e o pai da Alícia é negro, e ela sempre afirmou que queria ser como eu. Por mais que eu explicasse, ela não entendia. Com a valorização da auto-estima e da beleza negra, a minha filha agora não quer ser mais como eu”. Alícia falou com entusiasmo da participação nas atividades. “Foi muito legal aprender, brincar de ´corre, cutia`, dançar. O que mais gostei foi a historinha do “Cabelo da Lelê”, comentou a menina, de 4 anos.
A fotógrafa que contribuiu para coletar as expressões das crianças durante o projeto, Talita Costa Cipriano, falou sobre o trabalho: “Procurei retratar os olhares, a expressão e evidenciar o que há de singelo, de harmonioso, demonstrando a beleza negra”.
“O Coração da África”
“Um Sorriso Negro” foi uma das ações do projeto “O Coração da África”, desenvolvido na instituição com o objetivo de aproximar as crianças da cultura africana, por meio da confecção de bonecas Abayomis, da dança, da música e da leitura/contação de histórias. Em agosto, o trabalho começou com as crianças de 0 a 3 anos, com o livro “A Menina e o Tambor”. A partir de então, foram somadas outras atividades na rotina das crianças, como brincadeiras de roda, leituras de contos africanos, sempre com a participação da família.
*Informações com a Assessoria de Comunicação da SE, pelo telefone 3690-8497.
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